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sábado, 10 de setembro de 2011

MARIA DE NAZARÉ:a mulher na Sagrada Escritura



No corpo escriturístico judaico-cristão, sobressaem-se várias personalidades femininas, que deram seu contributo pessoal na história da salvação. São mulheres como Sara, Raquel, Rute, Judite, Ester, Isabel, Marta, Madalena, entre outras que se destacam pela beleza das virtudes, temor de Deus, sensibilidade feminina, esponsalidade e maternidade; no entanto enfatizamos, coerentemente com a nossa fé, a mulher Maria de Nazaré, mãe de Jesus Cristo, essa que se desvela para nós como a mulher por excelência.

A beleza das virtudes em Maria, mostra-se na declaração do arcanjo Gabriel: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor é Contigo!”(Lucas 1,28). De fato, não é uma beleza tanto proveniente da meiguice ou formosura da Virgem, no entanto tal estética brota numa mulher eleita, toda repleta da graça advinda do Ser divino, que habita o coração desta moça de Nazaré; por tanto é uma mulher adornada de virtudes.

A presença de Maria é a autenticidade presencial de uma mulher extremamente singular no grau do temor de Deus. É nesta lógica que ela se declara “a serva do Senhor”(Lucas 1,38), colocando-se em uma atitude voluntária de pessoa que acolhe e se conforma ao projeto do Pai. Maria é uma pessoa humana que em todo o seu ser, é respeito e exultação perante o mistério de Deus; ela triunfa de alegria perante a irrupção da salvação na história humana, pela encarnação do “Inominável-transcedente” na imanência do seu ventre.

Na expressão mariana “Eles não têm mais vinho” (João 2,3), contextualizada na festa de casamento em Caná da Galiléia, a sensibilidade feminina em Maria, manifesta-se como uma empatia caritativa para com as outras pessoas humanas, no caso os noivos. Uma intuição peculiar que aponta os caminhos da realização humana, fazendo a diferença por não omitir sua valorosa atuação.

O dom do amor, refletindo a fidelidade esponsal de Maria, salienta-se na sua maternidade, enquanto mãe cheia de amor e responsabilidade para com Jesus, o bendito fruto do seu ventre, a quem, quando recém-nascido, ela amamenta e envolve em paninhos, preocupando-se com ele quando fica no templo com os doutores e na suas peregrinações missionárias, inclusive acompanhando seu mistério pascal, partilhando da dor de seu filho ao pé da cruz, aí onde sua maternidade se expande, por solicitude de seu crucificado filho, abraçando com ternura o discípulo amado, bem como toda a comunidade dos discípulos de Jesus.

Então, Maria é a mulher mais esplendorosa da Escritura Sagrada, da história da salvação, é ela a “mulher vestida de sol” (Apocalipse 12,1); pois, dentre tantas estrelas, nela refulge a beleza das virtudes, o temor de Deus, a sensibilidade feminina e a esponsalidade materna. Em Maria, as virtudes de todas as personalidades femininas da história da salvação, encontram sua perfeição e culminância, a ponte de considerarmos Maria o modelo de perfeição para todas as mulheres que se deixam iluminar pela Palavra de Deus.

Frei Jonas Matheus Sousa da Silva. OFMcap.

Museu dos capuchinhos participa da 5ª Primavera de Museus



“A intenção da 5º Primavera de Museus deste ano é debater sobre a temática “Mulheres, Museus e Memórias”.

O Museu dos capuchinhos participa da 5ª Primavera de Museus, intitulada “Mulheres, Museus e Memórias” que acontecerá de 19 a 25 de setembro nacionalmente, e no Museu dos capuchinhos, as atividades estão previstas para acontecerem nos dias 19, a 23 de setembro de 2011.

Segundo a curadora do museu, Maria Iraci soares, “a intenção da 5ª Primavera de Museus deste ano é debater sobre a temática 'Mulheres, Museus e Memórias', e ressaltar a importância que nós mulheres temos para a formação da história do Brasil, como tem sido a participação da mulher na história e no registro das memórias, enfim tudo isso é o nosso foco”.

A escolha do tema “Mulheres, Museus e Memórias”:


A 5ª Primavera de Museus, com seu tema “Mulheres, Museus e Memórias”, é um espaço de indagação sobre como o gênero, a mulher e o feminino estão sendo pensados na contemporaneidade. Com que memórias nossos museus individuais e coletivos estão sendo estruturados?

Em 2010, o Brasil elegeu sua primeira presidenta; no ano seguinte, a primeira mulher foi nomeada Ministra da Cultura, quase 80 anos depois da conquista do sufrágio feminino em 1932. A eleição da primeira mulher ao mais alto posto do Executivo Federal sintetiza os inúmeros avanços conquistados pelas mulheres no Brasil, como a ascensão no mercado de trabalho, os avanços na escolaridade e gradativa (e ainda inicial) redistribuição das tarefas domésticas.

Na última, década, especialmente, acontecimentos marcaram os avanços nas conquistas de direitos e desenvolvimentos das políticas públicas voltadas para as mulheres. Exemplo de relevo é a Lei Maria da Penha. Internacionalmente reconhecida, ela é o marco do enfrentamento da violência contra a mulher.

No campo dos museus e da memória, as questões de gêneros vêm alcançando destaque e inspirando grandes exposições, novos museus, além de novas vontades de memória.

Apesar da evidente importância da mulher no país, a escrita oficial da história e da memória coletiva omitiu por muitos anos seu papel na sociedade. Também foi assim nas artes, visto que até o século XIX, a arte parecia ser profissão exclusivamente masculina, enquanto as obras de artistas mulheres eram qualificadas de “amadoras”. A causa para esta “ausência” das mulheres na história da arte tem como evidência o acesso desigual à instrução artística e,
principalmente, como omissão da escrita oficial em guardar seus feitos.

Simone de Beauvoir, ainda na primeira metade do século XX, coloca o ser - mulher como um sujeito - em - si, resgatando - o de um mero reflexo invertido ou de uma construção do olhar masculino. A autora reafirma a revolucionária percepção de que mulheres são sujeitos da história e sujeitos das suas histórias.

O desafio que se coloca na atualidade é o de introduzir as mulheres na memória histórica. Não para escrever a “história das mulheres”, mas para identificá - las nos momentos em que estiveram presentes, ouvi -las da mesma forma como os homens são e foram ouvidos, não só na esfera, privada, mas no espaço público, local historicamente reservado ao
sexo masculino.